quarta-feira, 4 de junho de 2008

VOL. 2...

Abortado tão prematuramente, este blog pretendia simbolizar minha redescoberta do futebol paraibano. Percurso íntimo repleto de frustrações e alegrias, ambos sentimentos profundos e insubstituíveis na formação de um torcedor que reconhece no futebol o transe místico que desconhece nos templos religiosos. Liturgia e transcendência são duas palavras de sentido incerto e movediço na maioria das ocasiões. Porém, nunca nas diversas tardes e noites passadas no Amigão, estádio onde o Campinense quase todos os seus jogos como mandante.

Há, entre aqueles que ainda dedicam qualquer atenção ao assunto, a concepção do futebol paraibano é apenas uma instância inferior no futebol brasileiro, eventualmente provocada a título de formalidade; voltam-se os olhos para os jogos locais apenas quando isto não atrapalha o futebol de verdade, aquele praticado mais ao sul. A esta condescendência se une a ponta de receio em assumir os times da terra como seus e, mesmo quando isto ocorre, tudo é feito de uma maneira tão banal quanto auto-indulgente. O que ecoa, limpidamente, de todas estas atitudes é um provincianismo calcado na vergonha de se reconhecer no time de sua terra; nas suas inúmeras e incontestes limitações.


Este blog surgiu, inicialmente, como uma resposta a quase completa inépcia do jornalismo esportivo paraibano, especialmente na área que me é mais cara, a da crônica esportiva. No entanto, não deixa ser uma incondicional declaração de apoio ao futebol estadual, não só a sua potencialidade; mas principalmente às suas idiossincrasias mais deliciosas e delirantes, capazes de existir apenas em um estado onde, felizmente, o desenvolvimentismo não atropelou o jogo e seus prazeres mais característicos. É com este intuito, e muito em virtude do alento que foi a campanha do Campinense Clube no campeonato local, que retorno ao blog. Ainda prostrado no desespero dos fiéis aos radinhos de pilha, estas caixinhas irresolutas e poderosas. Até breve.