Eu nunca tinha sentido um desinteresse tão grande em acompanhar a seleção brasileira. Não vi nenhuma destas últimas duas derrotas que parecem confirmar que a CBF, após insistentes tentativas, finalmente conseguiu o que queria: fez da equipe brasileira um produto de grife. No sentido de que vale mais a marca do que a qualidade em si.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
Campeonato Paraibano 2008 - 1º Turno...
1º Turno
. : RODADAS REGULARES : .
1ª. 20/01/08
CAMPINENSE 0 X 1 QUEIMADENSE
2ª. 23/01/08
CRUZEIRO DE ITAPORANGA 2 X 2 CAMPINENSE
3ª. 27/01/08
ATLÉTICO DE CAJAZEIRAS 1 X 2 CAMPINENSE
4ª. 30/01/08
CAMPINENSE 1 X 1 NACIONAL DE PATOS
5ª. 07/02/08
CAMPINENSE 3 X 2 DESPORTIVA GUARABIRA
6ª. 10/02/08
TREZE 0 X 2 CAMPINENSE
7ª. 17/02/08
SOUSA 4 X 2 CAMPINENSE
8ª. 20/02/08
CAMPINENSE 2 X 1 BOTAFOGO
9ª. 24/02/08
CAMPINENSE 2 X 0 ESPORTE DE PATOS
CAMPINENSE 0 X 1 QUEIMADENSE
2ª. 23/01/08
CRUZEIRO DE ITAPORANGA 2 X 2 CAMPINENSE
3ª. 27/01/08
ATLÉTICO DE CAJAZEIRAS 1 X 2 CAMPINENSE
4ª. 30/01/08
CAMPINENSE 1 X 1 NACIONAL DE PATOS
5ª. 07/02/08
CAMPINENSE 3 X 2 DESPORTIVA GUARABIRA
6ª. 10/02/08
TREZE 0 X 2 CAMPINENSE
7ª. 17/02/08
SOUSA 4 X 2 CAMPINENSE
8ª. 20/02/08
CAMPINENSE 2 X 1 BOTAFOGO
9ª. 24/02/08
CAMPINENSE 2 X 0 ESPORTE DE PATOS
. : SEMIFINAL : .
1º JOGO. 28/02/08
TREZE 1 X 1 CAMPINENSE
2º JOGO. 02/03/08
CAMPINENSE 1 X 2 TREZE
TREZE 1 X 1 CAMPINENSE
2º JOGO. 02/03/08
CAMPINENSE 1 X 2 TREZE
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Análise parcial, obviamente. Tanto por ser dedicada ao Campinense Clube quase que exclusivamente, quanto por ser de fato incompleta, já que mesmo com os jogos televisados, acompanhar um clube no Campeonato Paraibano é tarefa hercúlea, especialmente quando não se mora na casa do time em questão. Portanto, é deste ponto de vista que faço esta breve análise de turno, como torcedor que quando possível viaja a Campina Grande apenas para assistir aos jogos de seu time e tem que se contentar em acompanhar o resto pela televisão ou pelo sempre fiel radinho. Quando os jogos são transmitidos, claro.
A estréia do Campinense Clube foi rondada pelo completo mistério que só clubes de vida curtíssima como os paraibanos são capazes de proporcionar. Alguns rostos conhecidos - Fábio Jr. e Albérico, principalmente - em meio a várias incógnitas e um sempre tentador jogo de estréia para os que, não podendo acompanhar os treinos, querem tomar conclusões a respeito do restante dos rostos. Assim, após a derrota diante da Queimadense, um silêncio lúgubre pareceu tomar as arquibancadas do Amigão durante um ínfimo instante; apenas o suficiente para que o ar voltasse aos pulmões e os gritos ensandecidos tomassem conta da torcida, revoltada contra todos os jogadores - conhecidos, desconhecidos, passados, futuros, ausentes, falecidos, ad infinitum - e especialmente contra o técnico Freitas Nascimento. A completa falta de brilho individual de qualquer um dos jogadores e assustador caos tático observado fazia pensar que, se este jogo havia sido o prefácio do restante do campeonato, algo de terrível estava reservado para o Campinense Clube.
A tragédia grega que a torcida desenhava para o clube - com direito a Freitas Nascimento furando os olhos na mais profunda vergonha e vagando cego pelas imediações do calçadão - logo se desfez e, se o time não fez uma campanha memorável, ao menos conseguiu se recuperar sem maiores percalços até finalizar o primeiro turno como vice-líder da competição. Afinado o ataque com a colocação de Jean Alisson ao lado de Fábio Jr., o clube começou a apresentar um futebol pouco vistoso, mas efetivo. Os contra-ataques se tornavam cada vez mais incisivos, e a razoavelmente frágil defesa apresentava, por vezes, lapsos de segurança, a maioria deles protagonizados por Charles Vágner, volante combativo e articulador de boa técnica. Porém, esta consistência paulatinamente desenvolvida não foi a maior responsável pela onda de otimismo com o qual o clube chegou às semifinais contra o Treze. Precisando apenas de um empate, jogadores e torcida ainda deliravam com uma irrepreensível vitória do Campinense Clube durante o 1º turno, justamente contra o maior rival. Pela cidade, reverberava a confiança despertada por aquele jogo, e a possibilidade de desclassificação parecia um destes delírios que não merecem muita atenção.
O primeiro jogo da semifinal foi marcado por algumas ocorrências que podem, no conforto do hoje, serem vistas como premonitórias. O completo destempero dos jogadores - representado pelas inúmeras faltas desnecessárias e violentas que resultaram na expulsão de dois jogadores - e a postura excessivamente defensiva - as fichas estavam todas na capacidade de contenção da zaga e nos contra-ataques rápidos capitaneados por Fábio Jr. - marcaram o Campinense Clube e foram os responsáveis por um jogo modorrento em que, após abrir o placar em uma cobrança de pênalti ainda no 1º tempo, o time desistiu de apresentar qualquer futebol, cedendo o justo empate do Treze aos 45 minutos do 2º tempo após uma interminável pressão com excelentes intervenções do goleiro Albérico. O resultado em si não parece muito desfavorável, mas foi justamente a repetição destes mesmos erros na segunda partida que, em tom farsesco como manda o figurino marxista, ocasionaram a derrocada do Campinense Clube. Mais uma vez abrindo o placar no primeiro tempo, com um belo contra-ataque em que Fábio Jr. deixou Jean Alisson na cara do gol para concluir com um toque de categoria, o time rapidamente recolheu-se numa retranca claramente insustentável, tanto pela patente insegurança da zaga quanto pela má-vontade em ligar as raras oportunidades de contra-ataque. A ausência de Charles Vágner e Maurício, expulsos ainda no primeiro jogo, apenas tornava mais clara a deterioração da defesa que distribuía pontapés generosamente. Em um 2° tempo pavoroso, um desconcertado Campinense Clube tentava deseperadamente não sucumbir a pressão ininterrupta do Treze, tendo dois jogadores expulsos e cedendo, sem grande resistência, os dois gols necessários para a classificação ao rival. Um fim melancólico diante de um desacreditado Treze que acabou por vencer o turno ao derrotar o Sousa em casa e conseguir arrancar um empate no sertão.
A estréia do Campinense Clube foi rondada pelo completo mistério que só clubes de vida curtíssima como os paraibanos são capazes de proporcionar. Alguns rostos conhecidos - Fábio Jr. e Albérico, principalmente - em meio a várias incógnitas e um sempre tentador jogo de estréia para os que, não podendo acompanhar os treinos, querem tomar conclusões a respeito do restante dos rostos. Assim, após a derrota diante da Queimadense, um silêncio lúgubre pareceu tomar as arquibancadas do Amigão durante um ínfimo instante; apenas o suficiente para que o ar voltasse aos pulmões e os gritos ensandecidos tomassem conta da torcida, revoltada contra todos os jogadores - conhecidos, desconhecidos, passados, futuros, ausentes, falecidos, ad infinitum - e especialmente contra o técnico Freitas Nascimento. A completa falta de brilho individual de qualquer um dos jogadores e assustador caos tático observado fazia pensar que, se este jogo havia sido o prefácio do restante do campeonato, algo de terrível estava reservado para o Campinense Clube.
A tragédia grega que a torcida desenhava para o clube - com direito a Freitas Nascimento furando os olhos na mais profunda vergonha e vagando cego pelas imediações do calçadão - logo se desfez e, se o time não fez uma campanha memorável, ao menos conseguiu se recuperar sem maiores percalços até finalizar o primeiro turno como vice-líder da competição. Afinado o ataque com a colocação de Jean Alisson ao lado de Fábio Jr., o clube começou a apresentar um futebol pouco vistoso, mas efetivo. Os contra-ataques se tornavam cada vez mais incisivos, e a razoavelmente frágil defesa apresentava, por vezes, lapsos de segurança, a maioria deles protagonizados por Charles Vágner, volante combativo e articulador de boa técnica. Porém, esta consistência paulatinamente desenvolvida não foi a maior responsável pela onda de otimismo com o qual o clube chegou às semifinais contra o Treze. Precisando apenas de um empate, jogadores e torcida ainda deliravam com uma irrepreensível vitória do Campinense Clube durante o 1º turno, justamente contra o maior rival. Pela cidade, reverberava a confiança despertada por aquele jogo, e a possibilidade de desclassificação parecia um destes delírios que não merecem muita atenção.
O primeiro jogo da semifinal foi marcado por algumas ocorrências que podem, no conforto do hoje, serem vistas como premonitórias. O completo destempero dos jogadores - representado pelas inúmeras faltas desnecessárias e violentas que resultaram na expulsão de dois jogadores - e a postura excessivamente defensiva - as fichas estavam todas na capacidade de contenção da zaga e nos contra-ataques rápidos capitaneados por Fábio Jr. - marcaram o Campinense Clube e foram os responsáveis por um jogo modorrento em que, após abrir o placar em uma cobrança de pênalti ainda no 1º tempo, o time desistiu de apresentar qualquer futebol, cedendo o justo empate do Treze aos 45 minutos do 2º tempo após uma interminável pressão com excelentes intervenções do goleiro Albérico. O resultado em si não parece muito desfavorável, mas foi justamente a repetição destes mesmos erros na segunda partida que, em tom farsesco como manda o figurino marxista, ocasionaram a derrocada do Campinense Clube. Mais uma vez abrindo o placar no primeiro tempo, com um belo contra-ataque em que Fábio Jr. deixou Jean Alisson na cara do gol para concluir com um toque de categoria, o time rapidamente recolheu-se numa retranca claramente insustentável, tanto pela patente insegurança da zaga quanto pela má-vontade em ligar as raras oportunidades de contra-ataque. A ausência de Charles Vágner e Maurício, expulsos ainda no primeiro jogo, apenas tornava mais clara a deterioração da defesa que distribuía pontapés generosamente. Em um 2° tempo pavoroso, um desconcertado Campinense Clube tentava deseperadamente não sucumbir a pressão ininterrupta do Treze, tendo dois jogadores expulsos e cedendo, sem grande resistência, os dois gols necessários para a classificação ao rival. Um fim melancólico diante de um desacreditado Treze que acabou por vencer o turno ao derrotar o Sousa em casa e conseguir arrancar um empate no sertão.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Fluminense X Boca...
Histeria completa. Grande mobilização na cidade. Bêbados e suas bandeiras madrugada afora.
E eu lá, eufórico, mas igualmente incomodado.
Um grande jogo, ao menos. Na Paraíba ou em Marte.
E eu lá, eufórico, mas igualmente incomodado.
Um grande jogo, ao menos. Na Paraíba ou em Marte.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
VOL. 2...
Abortado tão prematuramente, este blog pretendia simbolizar minha redescoberta do futebol paraibano. Percurso íntimo repleto de frustrações e alegrias, ambos sentimentos profundos e insubstituíveis na formação de um torcedor que reconhece no futebol o transe místico que desconhece nos templos religiosos. Liturgia e transcendência são duas palavras de sentido incerto e movediço na maioria das ocasiões. Porém, nunca nas diversas tardes e noites passadas no Amigão, estádio onde o Campinense quase todos os seus jogos como mandante.
Há, entre aqueles que ainda dedicam qualquer atenção ao assunto, a concepção do futebol paraibano é apenas uma instância inferior no futebol brasileiro, eventualmente provocada a título de formalidade; voltam-se os olhos para os jogos locais apenas quando isto não atrapalha o futebol de verdade, aquele praticado mais ao sul. A esta condescendência se une a ponta de receio em assumir os times da terra como seus e, mesmo quando isto ocorre, tudo é feito de uma maneira tão banal quanto auto-indulgente. O que ecoa, limpidamente, de todas estas atitudes é um provincianismo calcado na vergonha de se reconhecer no time de sua terra; nas suas inúmeras e incontestes limitações.
Este blog surgiu, inicialmente, como uma resposta a quase completa inépcia do jornalismo esportivo paraibano, especialmente na área que me é mais cara, a da crônica esportiva. No entanto, não deixa ser uma incondicional declaração de apoio ao futebol estadual, não só a sua potencialidade; mas principalmente às suas idiossincrasias mais deliciosas e delirantes, capazes de existir apenas em um estado onde, felizmente, o desenvolvimentismo não atropelou o jogo e seus prazeres mais característicos. É com este intuito, e muito em virtude do alento que foi a campanha do Campinense Clube no campeonato local, que retorno ao blog. Ainda prostrado no desespero dos fiéis aos radinhos de pilha, estas caixinhas irresolutas e poderosas. Até breve.
Há, entre aqueles que ainda dedicam qualquer atenção ao assunto, a concepção do futebol paraibano é apenas uma instância inferior no futebol brasileiro, eventualmente provocada a título de formalidade; voltam-se os olhos para os jogos locais apenas quando isto não atrapalha o futebol de verdade, aquele praticado mais ao sul. A esta condescendência se une a ponta de receio em assumir os times da terra como seus e, mesmo quando isto ocorre, tudo é feito de uma maneira tão banal quanto auto-indulgente. O que ecoa, limpidamente, de todas estas atitudes é um provincianismo calcado na vergonha de se reconhecer no time de sua terra; nas suas inúmeras e incontestes limitações.
Este blog surgiu, inicialmente, como uma resposta a quase completa inépcia do jornalismo esportivo paraibano, especialmente na área que me é mais cara, a da crônica esportiva. No entanto, não deixa ser uma incondicional declaração de apoio ao futebol estadual, não só a sua potencialidade; mas principalmente às suas idiossincrasias mais deliciosas e delirantes, capazes de existir apenas em um estado onde, felizmente, o desenvolvimentismo não atropelou o jogo e seus prazeres mais característicos. É com este intuito, e muito em virtude do alento que foi a campanha do Campinense Clube no campeonato local, que retorno ao blog. Ainda prostrado no desespero dos fiéis aos radinhos de pilha, estas caixinhas irresolutas e poderosas. Até breve.
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